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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

BREVE ESTUDO SOBRE OS ORIXÁS NA AFRICA



Na mitologia yorubaorixás (yoruba Òrìsà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha) são divindades ou semideuses criados pelo deus supremo Olorun. Os orixás são guardiões dos elementos da natureza e representam todos os seus domínios no aye (a realidade física em que os humanos estão inseridos segundo a tradição iorubá). Também existem orixás intermediários entre os homens e o panteão africano que não são considerados deuses, são considerados "ancestrais divinizados após à morte". Os orixás são cultuados no BrasilCubaRepública DominicanaPorto RicoJamaicaGuianaTrinidad e TobagoEstados UnidosMéxicoVenezuela e Portugal.
Na mitologia, há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô).
  • Exu, orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
  • Ogum, orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia, deus da sobrevivência.
  • Oxóssi, orixá da caça e da fartura.
  • Logunedé, orixá jovem da caça e da pesca.
  • Xangô, orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
  • Ayrà, usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
  • Obaluaiyê, orixá das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura.
  • Oxumaré, orixá da chuva e do arco-íris, o dono das Cobras e das transformações.
  • Ossaim, orixá das Folhas sagradas, conhece o segredo de todas elas. Junto com Oxóssi, protege as matas e animais.
  • Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos e tempestades. Também é a orixá das paixões.
  • Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, deusa das riquizas materias e espirituiais, dona do amor e da beleza, protege bebês e recém-nascidos.
  • Iemanjá, orixá feminino dos mares e limpeza, mãe de muitos orixás. Dona da fertilidade feminina e do psicológico dos seres humanos.
  • Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte. Protege idosos e desabrigados. Também dona da chuva e da lama. É mãe de Obaluaiê e junto com ele, dona das doenças cancerígenas. Mais velha orixá do panteão africano.
  • Yewá, orixá feminino do Rio Yewa. Protetora das moças virgens e dona da vidência.
  • Obá, orixá feminino do Rio Oba. Dona da guerra e das águas.
  • Axabó, orixá feminino e pouco conhecido, é da família de Xangô.
  • Ibeji, orixás crianças, são gêmeos, e protegem as criancinhas.
  • Irôco, orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
  • Egungun, Ancestral cultuado após a morte em Casas separadas dos Orixás.
  • Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
  • Omulu, Orixá da morte.
  • Onilé, orixá do culto de Egungun.
  • Onilê, orixá que carrega um saco nas costas e se apóia num cajado.
  • Oxalá, orixá do Branco, da Paz, da Fé.
  • OrixaNlá ou Obatalá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
  • Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, orixá da adivinhação e do destino, ligado ao Merindilogun.
  • Odudua, orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
  • Oranian, orixá filho mais novo de Odudua.
  • Baiani, orixá também chamado Dadá Ajaká.
  • Olokun, orixá divindade do mar.
  • Olossá, orixá feminino dos lagos e lagoas.
  • Oxalufan, qualidade de Oxalá velho e sábio.
  • Oxaguian, qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
  • Orixá Oko, orixá da agricultura.

África

Na África cada orixá estava ligado a uma cidade ou a uma nação inteira; tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais.
Sàngó em Oyo, Yemoja na região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ogún em Ekiti e Ondo, Òsun em Ilesa, Osogbo e Ijebu Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Osàálà-Obàtálá em Ifé, Osàlúfon em Ifon e Òságiyan em Ejigbo.
A realização das cerimônias de adoração ao Òrìsá é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua tribo ou cidade.

Brasil

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo tipo de iniciação sacerdotal.
  • O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.
  • O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.
  • O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.
  • O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.
  • O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os orixás.
Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade, exemplo: Odudua, Oranian, Olokun, Olossa, Baiani, Iyami-Ajé que não são iniciados Iaôs para esses orixás.
A Iyalorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalosaim que é o encarregado das folhas.
Apesar de serem de origem daomeana, Nanã, Obaluaiyê, Iroko, Oxumarê e Yewá, são cultuados nas casas de nação Ketu, mas são muito raros os Iaôs que são iniciados, houve casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são cultuados em locais separados dos outros.
Existem orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun, Oxossi, viveram e morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).
Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Iroko, Apaoká, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô, seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características, ou arquétipos.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos (Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

POMBAGIRA - SOB UMA NOVA ÓTICA



Muitos são os que julgam, condenam e amaldiçoam os espíritos que na Umbanda e no plano astral se mostram na roupagem de "Pombagira".
Prostitutas, maldosas, enganadoras, levianas, destruidoras de relacionamentos e famílias, será que todos estes adjetivos traduzem realmente espíritos comprometidos com a justiça divina, ou somente trazem a tona a personalidade escondida dentro de cada ser?
Vamos tentar entender sem nos alongar na questão do fator mediúnico.
Hoje em dia uma pequena massa dos ditos médiuns que trabalham com a linha de Umbanda, se dedicam a estudo sério e mais profundo sobre às mesmas. Na maior parte das vezes estão afundados em fantasias do ego descontrolado, procurando o "trabalho forte", "a mandinga perfeita", ou cursos que alimentam seu imaginário folclórico e associam com sua personalidade destorcida o que chamam de espíritos de luz ligados ao seu mediunato em desequilíbrio.
Nas "festas de terreiros" vamos encontrar o desfile da estupidez humana, onde vestidos com suas plumas e paetês, bebidas das mais variadas, cigarros em excesso, gargalhadas estridentes e o show do animismo exacerbado vão compondo o espetáculo que aos olhos dos leigos alimenta o preconceito e cria a imagem tão negativa sobre às pombasgiras que hoje esta enraizada no cotidiano popular.
Mas isso não é Pombagira.


O papel da Pombagira da espiritualidade

Para iniciarmos este estudo, se faz necessário que desconstruamos alguns conceitos como por exemplo que Pombagira só trabalha dentro de um terreiro de Umbanda ou que se diz seguir a linha de Umbanda. Os espíritos não estão preocupados com nomes ou bandeiras religiosas, mas sim, com causas que envolvam a humanidade.
Ao nos referirmos às Pombagiras, vamos encontrar espíritos respeitosos e que agem "descoagulando" energias mais densas que são deixadas em diversas situações no espaço etéreo como por exemplo: Hospitais, cadeias públicas, escolas, repartições públicas e nas próprias vias onde transitam os seres humanos durante o dia e a noite.
Estas energias coaguladas são o acumulo de pensamentos repetitivos e de baixa vibração disseminados pelos jornais, internet e redes sociais.

A cor vermelha que se projeta no giro que estes espíritos realizam tem sua função movimentadora onde em determinado ambiente contaminado por estas energias coaguladas vão gerando força centrifuga que vai dissipando às mesmas evitando assim o contágio psíquico das massas. Esta energia retirada é conduzida aos campos onde através da força elemental das folhas em sua coloração mais escura é consumida mantendo assim o equilíbrio do meio.
O consumo de bebidas, cigarros, roupas, colares, palavrões e atitudes levianas estão ligadas ao interior de cada médium que não zela pela sua reforma intima, projetando em seu exterior com a desculpa de "sua pombagira" o que traz mal resolvido dentro de si e claro como rege a lei "os afins se atraem", sendo assim, cada um traz ao seu lado o espírito que se afiniza com a vibração que cria e alimenta em sua mente.

Isso definitivamente não é Umbanda! Mas sim Obsessão por fascinação.
Pombagira não estimula sexualidade de ninguém, não amarra homem ou mulher, não precisa caracterizar o médium e não faz de seu palavreado um livro de palavrões e leviandade.
Pombagira é trabalhadora da justiça divina que atua em causas nobres que envolvem a humanidade e não um grupo de pessoas vaidosas e iludidas.
É hora de deixar que os espíritos falem é hora de mostrar o outro lado da moeda.
Apesar de serem poucos, ainda existem casas de Umbanda que são sérias em suas atividades com Pombagira.

Esperamos ter deixado ideias para serem refletidas, longe de nos elegermos donos da verdade.

Salve a Linha das Senhoras Pombagiras






terça-feira, 22 de novembro de 2016

A ORIGEM AFRICANA DE "POMBAGIRA" - ESTUDO


Em nossa pagina sempre antes de estudarmos sob uma nova ótica determinados temas da Umbanda, vamos antes buscar a influência Africana que envolve os mesmos. Neste caso falaremos sobre Mpambu Njila, a imagem Bantu que mais se aproxima dos espíritos femininos da linha de esquerda na Umbanda, chamados vulgarmente de "Pombagira"

Origem de Pombagira

A palavra pombagira é derivada de uma corruptela do nome Mpambu Njila, que seria um Nkice (Inquice) Bantu. Esse nome foi sendo alterado em terras brasileiras, primeiramente para Pambu Bjila, posteriormente para Bombogira e por fim Pombogira ou Pombagira.
O curioso é que Mpambu Njila é um inquice masculino, que tem aspectos do Orixá Exu Yorubá, mas não o é de fato. Dentro das mitologias bantu, temos diversos Inquices que acabam assumindo domínios parecidos ou pelo menos perimetrais aos Orixás, devemos ter por volta de seis ou sete Inquices conhecidos que tem atributos do Orixá Exu da cultura Nagô.
Dentro da magia e da sua fundamentação o elemento de domínio de Pambu Njila é o fogo e este é o inquice que conhece os atalhos dos caminhos e que não se prende por portas fechadas, já que elas se abrem para ele.
O seu nome significa Mpambu de Atalho, Fronteira, Encruzilhada e Njila de Caminho e Estradas, em uma tradução livre seria a Encruzilhada que leva a todos os caminhos. O que é muito parecido com aquilo que concebemos de exu.
A encruzilhada para o povo Bantu é um local místico, representa o cruzamento entre o mundo espiritual e o mundo material, assim como o é a beira-mar, o cume de uma montanha e o cemitério. São pontos de contatos entre os mundos, onde o véu que separa os dois mundos está mais fino.
Mas o que o inquice tem a ver com a Pombagira de Umbanda? Nada… Apenas a similaridade do nome. Mais uma vez emprestamos um nome para designar uma linha de trabalho de Umbanda. Esse Inquice é a justificativa que alguns autores tem para dizer que existe uma Orixá Pombagira.

NOÇÕES DE AUTO DEFESA PSÍQUICA


VOCÊ SABE O QUE É DEFESA PSÍQUICA? 


ORIXÁS BRIGAM PELA COROA DE ALGUM MÉDIUM?



Olá a todos, mais uma vez estamos aqui prestando nossa contribuição para divulgarmos o lado sagrado da Umbanda que tanto amamos. Hoje abordaremos um esclarecimento sobre algo que comumente escutamos em determinados terreiros por parte de seus dirigentes quando estão fazendo um atendimento com o consulente dizem:

“FILHO, ORIXÁ TAL ESTÁ BRIGANDO COM ORIXÁ TAL PELA SUA COROA.”

Será que isso é verdadeiro?

Quando estudamos a Teologia de Umbanda aprendemos que Orixá que significa “senhores do alto ou ainda senhores da luz” são qualidades de Deus. Nós temos Orixás que regem: a fé, o amor, o conhecimento, a justiça, a lei, a evolução e a geração na vida dos seres, qualidades estas ligadas diretamente a Nosso Pai Olorum (Deus).

Se entendermos que Deus é a perfeição suprema, como podemos admitir que tenha lógica que determinado Orixá esta brigando pela nossa coroa?Isso nos mostra uma falha que não existe em Deus e que não pode ser aceita de forma racional. Irmãos e irmãs, muitos pela falta de informação “dizem a verdade que lhes cai bem” porém que somente sobrevive no meio humano, pois não tem um lado divino ou seja, não tem fundamento.Quando estudamos os planos da vida, ou planos da criação verificamos a perfeição de Deus no que tange o momento exato que adentramos na vibração do planeta e a fatoração de nossos Pais e Mães Orixás.

Orixá é sagrado, é amor, é luz, não se pode hoje dentro da Umbanda acreditar que os mesmos brigariam pela coroa de um filho, mostrando assim uma falha gravíssima na criação. Alegarmos tal anátema é abrir uma comparação infeliz na perfeição divina. Muitos sacerdotes mal informados e alimentados por fantasias, ainda pregam este absurdo o que mostra uma deficiência imensa em nossa religião criando mitos e dogmas desnecessários. É preciso conduzir nossa religião com bom senso antes de qualquer prática! Orixá tem fundamento, tem força e tem luz, pois são qualidades de Deus e não ficam por ai disputando esta ou aquela cabeça!

Conheça mais sua religião, estudando obras sérias, questionando seus guias e acima de tudo conhecendo o fundamento sagrado da Umbanda. Encerro por aqui nossa reflexão semanal deixando um pensamento do Paulo de Tarso: “Tudo me é lícito, porém nem tudo me convém…”

Reflita e viva a Umbanda com alegria, amor e paz… Na luz dos Orixás!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

EXU E O EGO HUMANO


Dois amigos se orgulhavam muito de sua amizade e lealdade, eram vizinhos.
Viviam bem, mas não realizavam oferenda a Exu.
Certa tarde, se encontravam os dois, como de costume, conversando nos limites de sua propriedade, quando Exu passou por entre eles, usando um chapéu metade branco e metade vermelho.
Estranhando aquela figura entre eles, um comentou com outro:
- Muito estranho aquele homem de chapéu vermelho.
- Chapéu vermelho, não. O chapéu era branco.
E assim passaram a discutir a cor do chapéu entrando em briga e inimizade.
Esta é uma das lendas mais populares e conhecidas de Exu.
Muitas vezes, Exu parece ser “o espírito de porco” na mitologia nagô-yorubá, mas o que não nos damos conta é que ele vem, também, para mexer e cutucar o nosso ego.
O fato dos homens não fazerem oferenda a exu diz muito a seu respeito, pois quem não oferenda exu, não oferenda a ninguém, que passa uma idéia de auto-suficiência com relação ao sagrado. Neste universo, dos Orixás, dizer que não se oferenda Exu, culturalmente em sua origem Nagô (Yorubá) é o mesmo que afirmar não ter religião. Seria o mesmo que um católico dizer que não vai à missa ou que um muçulmano afirmar que não segue os preceitos dos cinco pilares de sua fé. Deste contexto é que vem o fato de estar desprotegido e mitologicamente isto ser visto como uma afronta a exu que aqui representa as forças do destino em relação ao seu Ego.
O “outro”, este “amigo”, também pode representar o alter ego daquele que tem apenas a si mesmo como amigo e não faz oferenda a Exu. Esta situação aparece bem figurada no filme “Besouro” em que Exu aparece para o personagem principal, que lhe pergunta: “O que você quer?”. Exu lhe chama de orgulhoso, vaidoso e diz que quer reverência. Ou seja, para exu bastava bater cabeça, curvar-se, e se colocar em gesto de humildade perante ele para receber sua proteção. Enquanto o outro personagem, Chico, revoltado com seu destino chuta a oferenda de Exu. Ali Chico não está chutando apenas algo de Exu, está chutando todos os valores sagrados de sua cultura, está chutando todos os valores de seus ancestrais, está chutando a fé de um povo. Algo bem parecido com o pastor que anos atrás chutou Nossa Senhora Aparecida em rede nacional. Lembrando que no filme o que se relata é um tempo em que não havia televisão, talvez a feira fosse o maior encontro social no contexto e Chico estava indo para a feira.
Exu nos lembra o tempo todo que vivemos em sociedade e precisamos uns dos outros, para bem viver, já que o ser humano é um ser relacional, que não existe fora da malha dos relacionamentos.
Por isso, se diz que “na Umbanda, sem Exu não se faz nada”, o que não se limita a ele apenas, pois é Exu que abre a porta de comunicação deste mundo para outro mundo,
entre o ayê (a terra) e o orun (o céu).
Quanto aos dois amigos, o orgulho de uma amizade também pode ser elemento da vaidade humana que é colocada em xeque quando é questionada a verdade de cada um.
O que vale mais: Estar certo, ter razão ou ser feliz?
Ser feliz é sempre um desprendimento do ego, e sempre que falamos de exu os egos alheios se exaltam, principalmente quando dizemos que Exu faz o BEM.
Sabemos que Exu é Justo, que está acima do bem e do mal, mas ainda assim sabemos que na Lei de Umbanda, e é o que nos interessa, Exu só deve ser evocado, invocado, clamado e chamado de bom coração e com boas intenções. Durante uma gira de Umbanda, quando exu está incorporado dando consulta o seu trabalho é sempre no sentido de ajudar, amparar e esclarecer. Alguém que chega mal intencionado e procura exu para prejudicar o próximo é alguém que está preso, acorrentado e escravizado no próprio EGO. E na Umbanda Exu também informa, esclarece e conscientiza de que tudo o que desejamos e fazemos ao próximo volta para nós mesmos.
Exu é o meu melhor amigo!
É ele que me ampara na subida e na descida! Com Exu não importa se vamos ao céu ou ao inferno, importa apenas que estamos caminhando com fé em nosso próprio destino! No céu ou no inferno com Exu, estamos servindo a Deus! Exu pode sim descer nas trevas, pode até se instalar nas trevas, mas Exu não é trevas em hipótese alguma. Quando Exu desce nas trevas é para levar a Lei e a Luz, falando a mesma língua e se manifestado no mesmo universo da realidade em que se encontrar.
Quanto às lendas, são metáforas da vida que apresentam arquétipos semelhantes aos nossos e repetem as situações pelas quais nos deparamos nas nossas vidas. Cabe a nós, Ler, interpretar e compreender o seu simbolismo.
Para saber mais vamos estudar, aprender, interpretar e não falar mais bobagem sobre a nossa religião e também sobre a religião alheia. Sabemos que lingua não tem osso cada um fala o que quer, no entanto quem fala o que quer ouve o que não quer. A semeadura é livre e a colheita obrigatória. Que cada um se coloque de frente com seu exu, com sua verdade, antes de questionar a verdade alheia e o que Exu fala por meio de outros que não o seu próprio ego.
#Reflita

Umbanda novos rumos…

UMBANDA É UMBANDA POR PAI VALDO



Embora o Candomblé seja uma religião respeitável, como todas as religiões, a Umbanda é Umbanda, não é Candomblé. Infelizmente, nessa necessidade de fantasias, muitos dirigentes, que se dizem umbandistas, praticam rituais e atos que são do Candomblé. Acham que “ficam mais fortes”.... Quando se vai acordar para a realidade de que a força é interior e não do exterior, a força é de Deus e não de aparatos externos, a força vem do esclarecimento e não da teatralização?
Ao instituir, em 15 de novembro de 1908, e implantar no Plano físico a religião de Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas deixou claro que estava fundando “uma nova religião cuja base é o Evangelho e o Mentor Maior, o Cristo”. Estamos, portanto, diante da função essencial da verdadeira Umbanda: Evangelizar. Isto significa apontar Jesus como “Caminho, Verdade e Vida” e conduzir os seus adeptos à reforma íntima, mudança de valores, pela extinção da ignorância, da superstição e da crendice, fatores de aprisionamento e estagnação no processo evolutivo.
Ser religião é ser instrumento da misericórdia divina para processar a religação do homem com Deus, da criatura com seu Criador. Esta religação se faz pelos caminhos do Evangelho Redentor, cujo âmago de vivência com Jesus, é a vivência verdadeira do Amor. Por isto o mesmo Caboclo definia a Umbanda como “a manifestação do espírito para a caridade (amor)”.
A partir daí o Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas especificou os 05 fundamentos que norteiam a vivência da religião umbandista em seus Templos, Choupanas, Tendas e Terreiros, ou seja, a de “não matar, não cobrar, vestir o branco, evangelizar e utilizar as energias da natureza para o bem”. Não importa o quanto seja respeitável, compreensível e útil os agrupamentos que se digam religiosos que pululam ao nosso redor, mas, baseado no seu fundador, se extrapola a clareza e pureza destes 05 fundamentos, não pode ser considerado Umbanda e, portanto, eu o digo, não se trata da religião que pratico, embora os respeite.
Na Umbanda tem Iniciações mediúnicas, não boris ou deitadas. E essas Iniciações não são festas de vaidade e exteriorizações, mas chamada ao iniciado para a canalização com os valores energéticos espirituais. São momentos ritualísticos internos, sem festas externas e nem “saídas”, apenas apresentação do médium iniciado no ritual do Templo.
No Templo Espiritualista do Cruzeiro da Luz, como exemplo, só permanece quem busca uma religião interior, uma Umbanda simples, uma Casa doutrinária que pratica o que o Caboclo Ventania de Aruanda chama de Umbanda Espírita Cristã.
É Umbanda por que segue a ritualística simples, bela e a doutrina essencial da Umbanda. É Espírita porque essa doutrina simples da Umbanda, para o Cruzeiro da Luz, é explicada e tem como base a doutrina dos Espíritos codificada por Allan Kardec, como instrumento para enxugar tudo aquilo que for fantasioso e desprovido de valor científico e racional. É cristã porque sabemos que Jesus, nosso Divino Oxalá, é o “Caminho, a Verdade e a Vida”(Jo. 14:6) e que “ninguém vai ao Pai senão por mim” (Jo. 14:6)), pois Ele é o Cristo Cósmico, o Tutor responsável pelo Planeta Terra, o sorriso de Deus para a humanidade. O Evangelho do Cristo é a fonte básica de todo nosso aprimoramento e reforma íntima.
Mediunidade não é teatro. Essa coisa horrível do trabalho mediúnico sem estudo, sem respaldo doutrinário, onde a ânima do médium se sobressai à comunicação espiritual, leva a médiuns (principalmente na Umbanda) a se obrigarem a dizer que são inconscientes para valorizarem mais as suas fantasias, e impressionar ao público assistente. A ciência mediúnica e a comunicação dos Espíritos afirmam que a inconsciência mediúnica, neste tempo, é quase nula. Noventa por centos dos médiuns são semi-conscientes, até pela necessidade atual do trabalho em conjunto, onde o médium se beneficia com as mensagens dos Guias. Portanto, o resto é pura ignorância, mistificação e falta de fé verdadeira.
Esta Umbanda eu amo. Esta é a minha religião. Esta é a Umbanda vivenciada no Cruzeiro da Luz. Por ela entrego meu tempo, ofereço meus parcos conhecimentos e meus valores, não para enfeitar palco teatral para ninguém. A única estrela da minha vida é Jesus e, acredito, assim deveria ser para todos aqueles que buscam uma religião cristã, e não querem amanhã se decepcionar, como já aconteceu a tantos, inclusive amigos meus, que foram buscar em outras religiões aquilo que acreditam a Umbanda não tem para oferecer.
Esta é minha visão atual de religião e de Umbanda. A Umbanda não pode ser vivida com fantasias, desprovidas de ciência e de Evangelho, que só servem à vaidade, à disputa, aos desencontros e, infelizmente, à negação de tudo aquilo que a palavra religião quer significar. Com respeito caridoso a todos os meus irmãos que pensam diferente, essa é a Umbanda que amo e pratico. Esta é a Umbanda do Cruzeiro da Luz, que está aberto a todos aqueles que, como diz Pai Ventania, já estão cansados de brincar de carrinho e boneca, nas ilusões e fantasias supersticiosas de uma pretensa vivência religiosa, que não consegue dar a paz e a alegria de ser e viver a quem a pratica.
O Templo Umbandista deve levar a todos que o procurem uma vivência religiosa sadia, pois a Umbanda é uma Religião e deve ensinar a todos que a procurem que o primeiro compromisso é consigo mesmo e a sua missão de crescer pelo estudo em si mesmo, na natureza, no seu ambiente e nos livros; pela disciplina pessoal, comunitária e ascensional; e pelo trabalho em benefício de seu crescimento espiritual e de seus irmãos de caminhada.

Pai Valdo
(Sacerdote Dirigente do T. E. do Cruzeiro da Luz)

O SURGIMENTO DO MOVIMENTO UMBANDISTA EM 1908

🔺Aruanda
#Umbanda

O Movimento Umbandista teve seu início no dia 15 de novembro de 1908. Ocorreu no BRASIL, no Bairro de Neves, na época, pertencente ao Município de Niterói, RJ. 


Para falar melhor deste acontecimento, é necessária algumas explicações e definições, como por exemplo: 

- Quem foi Zélio Fernandino de Morais? 
Foi por intermédio do Sr. Zélio, então com dezessete anos na época, nascido em família tradicional católica, que se manifestou pela primeira vez a entidade que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas. 
Zélio foi acometido por uma inexplicável paralisia, sem explicação plausível para a medicina. Certo dia, ergueu-se da cama dizendo: “Amanhã estarei curado!” 

De fato, foi o que ocorreu no dia seguinte: levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada lhe houvesse acontecido. 


Um amigo da família, sabendo do ocorrido, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, (na época sediada em niterói e presidida pelo Sr. José de Souza). E assim foi feito... 


No dia 15 de novembro o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão. O Dirigente dos trabalhos espirituais determinou que ocupasse um lugar à mesa. Tomado por uma força estranha e superior a sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem levantou-se dizendo: Aqui está faltando uma flor – e saiu da sala indo ao jardim, voltando logo depois com uma flor, (uma rosa branca), que depositou no centro da mesa. Essa atitude insólita causou quase um tumulto. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram- se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios; foram convidados a se retirarem, advertidos do seu estado de atraso espiritual. Novamente um força estranha dominou o jovem Zélio e ele falou, sem saber o que dizia. Ouvia apenas a sua própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitarem a comunicação desses Espíritos e por que eram considerados atrasados apenas pela diferença de cor, da classe social que revelavam. Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o Espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura. 

Um dos médiuns videntes perguntou: Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que a direção aceite a manifestação de Espíritos que pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados são declaradamente atrasados? - Por que fala desse modo, se estou vendo que me dirijo, neste momento, a um jesuíta e sua veste branca reflete uma aura de luz? - E qual é o seu nome meu Irmão? 

Então o Espírito que utilizava o jovem Zélio como canal passou a responder: - Se julgam atrasados os Espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem, e assim cumprir a missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim. – Julga o Irmão que alguém irá assistir ao seu culto? – Perguntou com certa ironia o médium vidente. – Cada colina de Niterói atuará como porta voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei. 


No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, toda a família de Zélio, inclusive ele próprio, estavam apavorados. 
Nem ele mesmo sabia explicar o que se passava. Estava surpreso em haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta de uma mesa onde se praticava um trabalho para ele desconhecido. 
Como poderia aos 17 anos organizar um Culto? No entanto, ele mesmo falava sem saber o que dizia e porque dizia. Era uma sensação estranha. Uma força superior que lhe impelia a fazer e dizer o que nem sequer se passava pelo seu pensamento. E no dia seguinte, em casa de sua família, na Rua Floriano Peixoto nº 30, em Neves, Niterói, ao se aproximar da hora marcada – 20 horas – já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e do lado de fora grande número de desconhecidos. 
Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo Culto em que Espíritos dos velhos africanos, que haviam servido com escravos e que desencarnados não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras e os índios nativos da nossa terra, poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social. A prática da caridade no sentido do Amor Fraterno seria a característica principal desse Culto, que teria por base o Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo o Cristo. 
O Caboclo estabeleceu as normas em que processaria o Culto. Sessões – assim se chamariam os períodos de Trabalho Espiritual – diárias, dás 20 às 22 horas: os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu também um nome a esse movimento religioso que se iniciava, disse primeiro Allabanda, mas considerando que não soava bem a sua vibração substituiu-se por Aumbanda e mais tarde por Umbanda, palavra de origem Sânscrita. A casa de trabalhos espirituais que no momento se fundava recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim com Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto. Ditadas as bases do Culto, após responder em Latim e Alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos, fazendo andar aleijados. Antes do término da sessão manifestou-se um Preto-Velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas. 
Nos dias seguintes, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos, paralíticos vinham em busca de cura e ali a encontravam, em Nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais. 
Testemunhas que presenciavam o fato contam que médicos dos sanatórios mandavam a relação de seus doentes e a entidade, incorporada em Zélio apontava as que eram portadoras de perturbações psíquicas: - Estes, eu posso curar – e os acolhia na residência do médium. Os outros eram realmente enfermos mentais; a cura competia à medicina. 
Se a prática dos trabalhos maravilhava a todos e as curas de obsedados se repetiam diariamente, a doutrina do culto era estruturada em reuniões semanais, às quintas-feiras, na residência de Zélio. O Caboclo das Sete Encruzilhadas explicava os seus conceitos de fraternidade e de humildade, lembrava as passagens principais do Evangelho, recomendava o procedimento correto na vida material, o cuidado indispensável com a saúde, as normas de moral elevada e o “ daí de graça o que de graça recebeste”. Dizia Ele: são três os perigos que ameaçam o médium: a vaidade, a consulente mulher o médium homem e vice-versa: e o dinheiro, a vil moeda que leva o homem a perder o caráter, e o médium que mercantilizar a sua missão, a faltar aos compromissos com o Mundo Superior. 
Embora não seguindo a carreira militar a que se destinava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio nunca fez profissão da mediunidade. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou. 
Ministros, Industriais e Militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os viam recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes ou preenchendo cheques vultuosos. – “ Não os aceite!!! Devolva-os!! ! – “ ordenava sempre o Caboclo. E Zélio podia dizer de cabeça erguida: “ Nunca recebi um centavo pelas curas praticadas pelos guias. O Caboclo abominava a retribuição monetária ao trabalho mediúnico. Não há ninguém que possa dizer que retribuiu a uma cura com dinheiro e foram curas aos milhares. Retribuíam, isto sim, com sua fé, ajudando ao Trabalho do Caboclo e de Pai Antônio, como cambonos ou assumindo a Direção Material dos Templos fundados, ou participando da corrente mediúnica, quando tinham condições para isto.” 
Dez anos após a fundação da Tenda Nossa senhora da Piedade, registrada com o nome de Tenda Espírita, porque não era permitido na época o registro de uma entidade com a especificação de Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que se iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete Templos, que seriam o núcleo do qual se propagaria a Religião de Umbanda. Os Dirigentes recebiam esclarecimentos nas aulas de quinta-feira e na Tenda da Piedade preparavam-se grupos que iriam formar os novos Templos. 


Assim, sucessivamente as sete Tendas foram fundadas, a saber: Tenda Nossa Senhora da Conceição, Tenda Nossa Senhora da Guia, Tenda Santa Bárbara, Tenda São Pedro, Tenda Oxalá, Tenda São Jorge e Tenda São Jerônimo.Dezenas de Tendas foram fundadas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas no Estado do Rio, em São Paulo , em Minas Gerais , no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul. Sempre que possível o médium Zélio participava da instalação das novas Tendas. Quando o trabalho material não o permitia, enviava médiuns capacitados para organizar e dirigir a nova Casa. 
Em todo Território Brasileiro existem Templos fundados diretamente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas ou descendentes deste. Alguns desvirtuaram- se de seus princípios, outros mantém-se fiéis as normas iniciais. 

Em 1939, o Caboclo determinou que se funda-se uma Federação para congregar os Templos Umbandistas e que deveria ser o Núcleo Central desse Culto, em que o simples uniforme branco de algodão dos médiuns estabelecia a igualdade de classes e a simplicidade do ritual permitia dedicar integralmente o tempo das sessões ao atendimento dos necessitados. O ritual preconizado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas excluiu tudo o que de supérfluo. São palavras textuais de Zélio Fernandino de Morais: - “ O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade! !!” 
Nas sessões apenas os cânticos muitos firmes e ritmados para incorporação dos guias e a manutenção da corrente vibratória. O uniforme é branco, de tecido simples, as guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da natureza, a par do ensinamento a base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação de médium. São severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir sua missão mediúnica. 
A tarefa que sobre os seus ombros tomou o Caboclo das Sete Encruzilhadas –Organizar a Lei de Umbanda no Brasil – é um verdadeiro milagre de fé e nos leva a um sentimento de profundo respeito por essa Entidade que se fez pequena e procura velar-se sob a capa de uma humildade perfeita. É a Ele que se deve a purificação dos trabalhos nos terreiros. Não veio para destruir o ritual e sim dar-lhe força e método. Manter sua pureza e propagá-lo com sua organização maravilhosa. O que nós todos lhe devemos é inestimável, jamais poderemos retribuir os benefícios espalhados por Ele e pelos Espíritos que acorreram ao seu chamado. 
Esta mensagem que agora passamos a citar, foi gravada em 1971 por ocasião do Sexagésimo Terceiro Aniversário da Tenda Nossa Senhora da Piedade: 
A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade, e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda, médiuns que vão se vender e que serão, mais tarde, expulsos como Jesus expulsou os vendilhões do Templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher , o da médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas Casas fazem que toque alguma coisa ao coração da mulher que fala ao Pai de Terreiro, como ao coração do homem que fala à Mãe de Terreiro. É preciso ter muito cuidado e haver moral para que a Umbanda progrida. 
Umbanda é humildade, amor e caridade - essa é a nossa bandeira. Neste momento meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxóssi, de Ogum, de Xangô. Este que vos fala , porém é da falange de Oxóssi, meu Pai, e não veio por acaso, trouxe uma Ordem, uma Missão. 
Meus Irmãos, sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, pois as vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham baixar entre vós, é preciso que os aparelhos sejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas Casas de Umbanda. 
Meus Irmãos, este aparelho já esta velho com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que pela sua mediunidade eu pudesse implantar a nossa Umbanda. 
A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. 
Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao Planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso, assim o Pai determinou, podia ter procurado a Casa de um Potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser a sua Mãe, esse Espírito que viria a traçar à Humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade. 
Que o nascimento de Jesus, a humildade em que Ele baixou à Terra, a Estrela que iluminou aquele estábulo, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos , tirando os escuros de maldade por pensamento, por práticas e ações, que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. 
Fechai os olhos para a Casa do vizinho, fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja, não julgueis para não serdes julgados, acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar, é dos Evangelhos. 
Eu, meus Irmãos, como o menor Espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que ao sairdes deste Templo de caridade encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados e a saúde para sempre em vossa matéria. 
Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.”
Zélio Fernandino de Moraes retornou ao plano espiritual no dia 3 de outubro de 1975, contando com 84 anos de idade e 67 de sua mediunidade positiva e caridosa junto ao Espírito amigo do Caboclo das sete Encruzilhadas. Paz e Luz ao seu Espírito amigo, tolerante e humilde. Deus te abençoe Querido Irmão!!! 
Portanto que a Umbanda não é Candomblé. A Umbanda não é Espiritismo. A Umbanda é a Umbanda. 
São religiões distintas, que possuem sua própria dinâmica, ritos, cantos litúrgicos e particularidades. 

A língua falada na Umbanda é o Português, pois é a língua oficial brasileira, portanto, a língua que falamos. A Umbanda é brasileira!